O flagelo das drogas, pela repetida história de dor que escreve nas páginas de lares dignos e honrados, onde antes reinava a paz, o trabalho e a esperança, merece o cuidado do conhecimento e a atenção de nossa vigilância.
Porque quando alguém dentre os nossos, se torna escravo do álcool ou das drogas proibidas, como a maconha, crack, cocaína e agora o oxi, sentimo-nos roubados e impotentes para enfrentar o problema com a determinação e serenidade que ele exige.
Não imaginamos que pessoas tão próximas de nosso coração, poderão cair nesse vício. Porque, nossa visão da dependência química, ainda é ingênua e preconceituosa.
Talvez isso, ajude a explicar o triste avanço que a epidemia do alcoolismo e das drogas ilícitas tem registrado e a contínua dificuldade que as famílias têm, para lidar com o problema, assim que o vê instalado em sua própria casa. A postura costuma ser de espanto e imobilismo, o que muitas vezes, levam as pessoas a tomarem decisões impróprias.
Quem é o dependente de drogas?
Não se pode mais, associar a dependência de drogas com a marginalidade ou atribuí-la ás “más companhias”. A drogadição esconde causas muito sérias e insuspeitas, porque presentes no indivíduo, bem antes de seu primeiro contato com as substâncias que geraram a sua dependência.
Por isso, precisamos saber quem é o dependente e como ele funcionava como pessoa, antes se ligar ao infeliz consumo. É dessa análise que poderemos obter boas respostas que ajudarão a definir a causa motivadora de sua escravização às drogas e permitir a busca do tratamento que melhor se ajuste às suas necessidades.
O consumo de drogas para aliviar sintomas de ansiedade e depressão.
No Centro de Reabilitação Ave Cristo, a cada dez pessoas que se submetem ao programa, seis apresentam transtornos de ansiedade ou depressão. Portanto, uma causa orgânica que como tal necessita ser tratada.
Os transtornos de ansiedade de maior incidência, também constados pela Unifesp – Universidade Federal de São Paulo são: TB- transtorno bipolar, TOC – transtorno obsessivo-compulsivo e o TDAH – transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, dente outros, além da depressão.
A origem espiritual dos Transtornos de Ansiedade e Depressão
Os transtornos não são determinantes para a dependência, embora prevalentes. Estas anomalias cerebrais têm origem nos núcleos energéticos do espírito, que foram lesados no passado; na atualidade, por meio do perispírito, lança na rede dos neurônios, energia pouco saudável. É o que se depreende dos ensinos do psiquiatra e escritor espírita Dr. Jorge Andréa.
No entanto, a medicação apropriada ajuda a equilibrar essa disfunção e a realização do bem e a integração com Deus poderá suprir gradualmente, estas deficiências da alma, como alerta o Espírito Joanna de Ângelis, por Divaldo P. Franco, na obra Transtornos Psiquiátricos e Obsessão.
Não sou dependente, paro quando quero!
Nesses casos é necessário que a família faça um pacto pela união de todos, para buscar informações sobre a dependência de drogas e melhor compreender o que se passa com o familiar que caiu. Estabelecer em casa, o culto do Evangelho que além de promover o ajuste emocional da família, facilitará o socorro dos Espíritos Amigos. Estas práticas não passarão despercebidas pelo dependente, nem tão pouco, pelos espíritos afins que acompanham o viciado e atuam para ampliar os seus desejos.
Como iniciar o tratamento e o drama da internação
O tratamento se inicia por meio de avaliação pessoal do dependente, para se verificar os níveis de ansiedade ou depressão. Isso é importante porque quando uma destas condições se faz presente e com certa intensidade, haverá necessidade de intervenção médica para se equilibrar a mente inquieta ou deprimida.
Porém, não haverá necessidade de internação quando o indivíduo ainda mantém seus vínculos com a família, emprego e escola. Mas, caso tenha deixado de funcionar socialmente, porque a droga se tornou a sua única preocupação, somente a internação para o tratamento intensivo será eficaz.
As experiências clínicas demonstram que a internação forçada somente é recomendada quando houver riscos para a vida do paciente e dos seus familiares, a não ser quando se trate de criança ou adolescente até 13 anos de idade.
O Tratamento Espírita
O Espiritismo oferece valiosos recursos que ampliam o sucesso da terapia. Seja pelo convencimento da necessidade da transformação moral do paciente; pelos passes que restauram a tessitura perispiritual lesada pelas partículas das drogas; pela intervenção da terapia desobsessiva que harmoniza as mentes em pugna. Enquanto, o Evangelho no Lar promove o ajuste do ciclo vibratório da família.
Seja qual for o grau da dependência de drogas ou a recusa em aceitar a ajuda, jamais se deverá perder a esperança. Porque todo ser humano é recuperável. Posto que, o Médico Maior, dentre todos, segue declarando: “Vós sois deuses, pois brilhe a vossa luz”. (Mateus, 5:14-15)
Vilson Disposti - vilsondi@terra.com.br - Araçatuba - SP
(Publicado na Revista “O Semeador” da FEESP de Setembro/2011)
Fonte: Rede Amigo Espírita